domingo, 26 de agosto de 2007

Vida de criança é na escola

O trabalho infantil tem aumentado nos últimos anos. A criança que se dedica ao trabalho deixa de lado a sua infância. A escola acaba sendo trocada pelo trabalho.
Muitas crianças estão fora da escola. O numero de crianças fora da faixa escolar continua grande. Muitas, sequer, conseguem terminar a educação básica. Há vários motivos que desencadeiam a evasão escolar, mas o maior deles é o trabalho infantil. A criança troca seus livros pelas cansativas horas de trabalho. Nos transportes coletivos, nas ruas, nas praças publicas, nos estacionamentos, crianças trabalham como flanelinhas, engraxates, vendedoras de balas ou algodão doce e limpando pára-brisas de carros. Essas crianças deveriam estar nas escolas procurando um futuro melhor.
Só a escola proporciona uma vida digna ao homem, por isso a criança deve freqüentá-la desde cedo e nunca abandoná-la. Os incentivos do governo federal brasileiro para manter as crianças na escola têm crescido cada vez mais. É na escola onde a criança vai aprender a lidar com os problemas da vida. Trabalhando ela vai esquecer o seu brincar, os seus direitos enquanto criança de poder viver a infância na sua plenitude sem responsabilidades civis de manter uma família, por exemplo. A criança tem o direito de praticar esportes, estudar, brincar e ser feliz.
Muitos pais pensam que seus filhos, ainda pequenos, devem ajudar em casa financeiramente.
Com isso mandam meninos e meninas para as ruas, coitados. Essas crianças nem sabem o que fazer, soltas no meio da multidão, são a todo instante engolidas pela ignorância familiar e vomitadas pela necessidade de comer, dormir e beber. É preciso conscientizar os pais de que a maior obrigação da criança é com a escola. Será no leito escolar onde a criança encontrará sua segunda comunidade, participará de atividades sociais, poderá brincar e sorrir com os colegas de sala de aula e seus professores.
O trabalho infantil não deve existir. A criança merece uma infância prazerosa com amor e zelo. A escola e o único local onde a criança encontrará o caminho para a realização dos seus sonhos. Não é preciso trabalhar para matar a fome dos irmãos mais novos, mas estudar para ter fome de saber e força para vencer na vida.

Banho de praia e castelos de areia


No dia do estudante, tomei banho de praia com os meus pequeninos. Depois eles fizeram castelos de areia. Brincaram o dia todo. Se divertiram muito. Fizeram tudo o que tinham direito.


Gabriel adorou correr nas areias da praia! Andreza estava feliz! Guilherme não largava a minha mão! Felipe também não largou a minha mão!


Foi um dia divertido o do estudante, pois ficamos o tempo todo juntos e perto da natureza.
Amanda

Amandinha foi transferida para outra escola. Faz duas semanas que ela se foi. Amandinha era uma menina como outra qualquer, gostava de brincar e sorrir. Falava muito em sala de aula e não tinha muita concentração. Fui sua professora por bem pouco tempo: talvez duas ou três semanas. Tempo necessário para descobrir um problema sério a ser corrigido nela: troca o "d" pelo "p".

Procurei trabalhar isso nela, mas o tempo não me permitiu. Dos meus 23 alunos só me restam agora 22.

Desejo para Amandinha toda a felicidade do mundo. Dizer que sinto muito a sua falta.
O verdadeiro estudante
Rosângela Trajano

O verdadeiro estudante sempre terá dúvidas. É aquele menino ou menina que a turma considera o mais chato, pois vive a atrapalhar as aulas com as suas perguntas. As suas perguntas são uma mistura de incertezas, encucações, preocupações, medos, sonhos, coragem, paciência, tolerança, prudência e, principalmente, sabedoria. Não são perguntas feitas ao léu, mas resultado das suas observações e conseqüências do seu espanto e admiração. Perguntas que tecem uma teia e vão crescendo feito uma bola de neve em meio a conceitos e mais conceitos. As suas perguntas entusiasmam seus mestres. O estudante passa a ser sábio quando reconhece nos seus mestres e livros amigos que o acompanharão para o resto da sua vida.

O verdadeiro estudante debruça-se horas sob a mesa da cozinha ou da sala à procura da solução de um problema de matemática. Inquieta-se, coça a cabeça, vai e volta, não pára, o pensamento está cansado, mas não é hora de parar. O verdadeiro estudante tem sempre ao seu lado dicionários, enciclopédias, livros para consultas, anotações da fala do professor (abro parênteses para dizer: essas são as mais importantes). O verdadeiro estudante encontrou a solução do seu problema de matemática, e de repente, ele olha pela janela e ver que o dia já vem raiando. Noite adentro, cansado e exausto ele precisa tomar um banho, tomar o seu café da manhã e correr para a escola; a ansiedade de mostrar ao seu mestre que conseguiu resolver a questão tão difícil é maior do que seu cansaço.

O verdadeiro estudante nunca deixa de reclamar. Reclama de tudo. Por quê? Talvez porque ele não aceite as coisas do jeito que são e tenha novas idéias que precisam ser ouvidas. O verdadeiro estudante dedica a maior parte do seu dia aos seus estudos. Come livros. Adquire conhecimento. Conversa com seus mestres e junto com eles procura melhorar o ensino-aprendizagem. O verdadeiro estudante não tem silêncio. Tem ruídos dentro de si. Até mesmo quando não se expressa oralmente seu âmago está gritando: por quê? Como? Aonde? Quando? Em que lugar? E agora? São esses gritos os verdadeiros guias do estudante.

O verdadeiro estudante não se preocupa de andar quilômetros à pé em busca do conhecimento, porque ele tem pernas empurradas pela inquietude do saber. O verdadeiro estudante não tem vergonha das suas vestes, porque ele tem a vestimenta principal: a vontade de aprender. O verdadeiro estudante é amigo dos seus mestres e confia neles plenamente as suas dúvidas em relação ao mundo. O verdadeiro estudante nunca está num só lugar, pois ele caminha junto com os personagens dos seus livros. Pessoas inteligentes viajam sem sair da poltrona de casa!

O verdadeiro estudante é dono de uma força de vontade sem limites. Transpõe todas as esferas traçadas pelos educadores e psicólogos e segue atrás do conhecimento, no olhar adiante na certeza de que não há tempo a perder. O verdadeiro estudante não estuda o tempo da sua idade, mas o tempo que a idade lhe construiu. O verdadeiro estudante tem inveja dos grandes cientistas e intelectuais e quer sobressair-se a eles, por isso não espera que o seu mestre lhe ensine, mas trás para ele o que deseja aprender.

O verdadeiro estudante lapida seu próprio saber. Uma lápide feita com muito trabalho, lágrimas, solidão, frio, fadiga e tantas outras coisas que limitam o corpo quando a vontade não é maior do que o sonho. O verdadeiro estudante estuda dormindo. O sobressalto de madrugada significa a descoberta da solução para uma atividade. O verdadeiro estudante não precisa de belos cadernos, mochilas caras, canetas de ouro, tênis de grife, mas de belas palavras e invejável raciocínio matemático.

O verdadeiro estudante sabe que seu maior tesouro é o saber. Isso ninguém dele nunca vai poder roubar. O verdadeiro estudante não deixa herdeiros, que pena! O verdadeiro estudante deixa ao mundo uma palavrinha bem pequenina: criar. O verdadeiro estudante não morre, apenas adormece, pois suas pesquisas terão continuidade e seu nome em algum lugar sempre estará. O verdadeiro estudante é imortal!

Feliz dia do estudante para todos os meus alunos, em especial, aos alunos da Escola Municipal Sérgio de Oliveira Aguiar.
Estou de volta!

Fiquei todo esse tempo distante do meu diário, pois tive problemas com meu computador. Mas nao deixei de fazer as minhas anotações. Simplesmente troquei meu diário on-line pelo meu velho diário escrito.

Aqui, quero deixar o registro de um dos meus maiores trabalhos: educar crianças. A minha alegria de ouvir meu aluno de apenas sete anos ler a palavra: v-a-c-a. Minha satisfação de poder filosofar com os mais velhos e brincar de ingles.

Peço desculpas àqueles que aqui estiveram e não encontram nada de novo nesses últimos dias. Desculpas dadas, agora ao trabalho!

terça-feira, 7 de agosto de 2007

A volta das minhas monitoras, flores, desculpas e pedido de retorno às aulas

Hoje reiniciamos o projeto de monitoria da escola. Selecionei Jéssica, Gerciane e Bárbara. Elas me ajudam numa escala de reversamento todas as tardes quando não têm tarefas escolares. Ontem contei com a presença de Bárbara e hoje com a presença de Jéssica e Gerciane.

Cedinho pedi desculpas ao oitavo e ao nono ano. Solicitei que eles formassem uma dupla para me alertar quando eu estivesse passando uma matéria muito complexa e que o assunto fosse discutido na sala de aula e não fora. Disse que sou um ser humano como outro qualquer e passível de erros e enganos. Não sou um bicho e sei ouvir as pessoas. Eles aceitaram as minhas desculpas.

Hoje à tarde fiz prova de ciências com os meus alunos mais adiantados. Contei a história do Gato de Botas. Para os que ainda estão aprendendo a ler e a escrever passei texto com interpretação. Depois passei continhas.

Karolzinha estava chorando com dor de dente. Perguntei se ela queria ir para casa, mas disse que não. Então peguei água com açúcar e dei para ela dizendo que era um ótimo remédio para dor de dente. Ela tomou, mas minutos depois voltou a chorar. Achei melhor mandá-la para casa. Em casa ela tem o conforto da sua caminha e o carinho da sua mãe seguido de um remédio para aliviar a dor.

Hoje um aluno pequenino, tristinho, sujinho, com uma janelinha na boca, moreninho, magrinho e acima de tudo lindo me pediu para eu trazê-lo para minha casa. Naquele momento tive vontade de chorar, mas segurei as lágrimas. Disse para ele que não tinha tempo de cuidar dele, pois passo o dia na escola e que era melhor a gente se encontrar sempre ali. Eu cuidaria dele na escola. Só ficaríamos separados à noite, mas mesmo assim estaríamos ligados pelo pensamento. Acho que ele me entendeu. Pela primeira vez meu coração ficou sem palavras.

Conversei com Felipe no final da aula Procurei mostrar a ele a importância dos estudos. Pedi para ele procurar se comportar e não deixar os meninos o provocarem. Falei para ele da minha casinha que caiu devido o cupim, ele gostou e riu. Falei para ele do quanto foi difícil a minha vida e que só venci estudando.

E por falar em estudar tenho sentido a falta de Alexandre na escola. Perguntei por ele hoje e os meninos me disseram que ele tinha desistido. Fiquei muito triste com isso. Gosto de Alexandre. Ele está atrasado nos estudos, mas não significa que deve desistir; ao contrário, deve correr atrás do tempo perdido. Mandei uma carta para ele por Aleksandro e Deus permita que ele compreenda o teor da minha carta e receba o meu carinho, pois ficaria muito feliz em chegar na escola amanhã e revê-lo com aquele sorriso ingênuo e olhar meigo.

Daniel tem me presenteado todos os dias flores. Ele gosta que eu as coloque na minha roupa. Conversei com Eduardo para ele assistir aulas à tarde comigo. Quero que ele aprenda a escrever melhor.

Os meus alunos nem imaginam o quanto gosto deles. Nem têm idéia do bem que me dão. Se soubessem que são a razão do meu viver acho que ficariam mais felizes. Tem coisas que eles não sabem e eu respeito, porque nem tudo na vida a gente sabe. Sou do tipo que o fato de ler e escrever é o suficiente para quem quer alguma coisa. As outras ciências a gente vai aprendendo aos poucos, com o despertar da nossa curiosidade.
Passeio na praia

Ontem dei aula até as 15h30min. Depois do recreio eu e Ednaldo levamos os alunos para brincar na praia.
Antes de sairmos da escola dei aula de português e passei ditado de palavras explicando que nenhuma palavra começa com K, a não ser nomes de pessoas e de lugares. Expliquei o uso do "h", do "c" e do "ç". Fabrício foi o mais interessado nesse assunto.
O passeio foi muito divertido! Os alunos adoraram! Os meninos brincaram de futebol e as meninas de queimada.
Não houve nenhum fato de importância relevante. Tudo transcorreu bem no dia de hoje, graças a Deus.
Só pela manhã é que tive problemas nas turmas do 0itavo e nono anos. Reconheci meu erro, mas já era tarde demais. Algumas mães já tinham se revoltado, os alunos também. Fiquei aborrecida com o pessoal do nono ano que estava junto com o oitavo ano e numa autoridade desconhecida sobre a minha própria pessoa exigi dos alunos 10 (dez) redações, cada uma com 30 (trinta) linhas. Eles reclamaram bastante. Até aí eu ainda não tinha percebido a minha exigência esdrúxula, que seria o prazo de entrega: hoje. Coitados dos alunos! Nem eu teria condições de redigir tanto texto assim com tantos trabalhos para fazer. Reconheci meu erro e fiquei muito triste com isso. Mas era preciso esperar o dia amanhecer para pedir desculpas.

domingo, 5 de agosto de 2007

Porque as crianças chupam o dedo na sala de aula

Sempre me intrigou o por quê da criança chupar o dedo na sala de aula, na frente dos amigos, da professora, dos funcionários da escola. A criança não está nem aí se riem dela ou não. Sabe por quê? Eu sei. O dedo é a única coisa que ela gosta e pode trazer de casa para escola. Chupando o dedo ela lembra da sua casa, esquece que está num lugar estranho, esquece que está sozinha e precisa saber se defender.

Dizem os pais que a crinça que chupa o dedo não reclama de fome nunca. Quando criança chupei o dedo. Também chupava o dedo na sala de aula. Era a única forma que eu tinha de me lembrar de casa, dos meus brinquedos, das minhas bonecas e de mamãe e papai. Quando Karol, Higor e tantos outros chupam o dedo não reclamo. Sei que a escola não quer, mas fico pensando no quanto é gostoso a gente se sentir meio que em casa num lugar estranho. Quando me refiro que a escola é um lugar estranho, quero dizer que não é a mesma coisa de estar em casa. Em casa a criança pode tudo: dormir, comer, assistir televisão, brincar, correr, pular etc. Chupando o dedo ela esquece da distância entre a sua casa e a escola.

O dedo é o único brinquedo que acompanha a criança para todos os lugares. A criança que chupa o dedo não se sente sozinha nunca. Ela tem uma companhia que dá prazer, que faz esquecer as coisas ruins, que não briga com ela, que é gostosa, que é só dela. Como é bom saber que ninguém vai esconder o nosso dedo, como escondem a nossa boneca ou bola! O dedo é da criança. Ela sabe que esse é o único brinquedo que ninguém vai tirar dela. A criança que chupa dedo tem mais facilidade de aprender, mais poder de concentração, é mais carinhosa, é mais atenciosa e mais amiga.

Chupar o dedo é um gesto espontâneo e ao mesmo tempo uma fuga da realidade. É um momento em que a crinça se sente em casa. É um momento em que a criança se sente protegida. Algumas crianças que não chupam o dedo por hábito, freqüentemente colocam o dedo na boca com o mesmo objetivo das outras: a saudade de casa. O dedo é a garantia de que um pedaço da casa está ali. A criança que chupa o dedo é silenciosa, quieta. Não reclama quase nada. Tem seu dedo, o resto não importa.

Não sou contra a criança chupar o dedo na sala de aula. Quando criança sofri muito sempre que a professora exigia que eu retirasse o dedo da boca. Eu não tinha amigos. Era quieta demais. Quando chupava meu dedo esquecia quase tudo, só lembrava da minha casa. O dedo é o único elo entre a criança e o seu lar na escola. Ser arrancada todos os dias do lar para vir à escola não é agradável para nenhuma criança, por isso peço aos professores para deixarem seus alunos chupar o dedo, sempre que quiserem. Chupar o dedo não é feio. E um dia eles vão saber a hora de deixar de chupá-lo. Antes de instruir saiba amar, professor.
Karol

Karolzinha sabe ler, escrever e calcular. Adora chupar o dedo. Gosto de ser mimada. Me escreve vários bilhetes por aula. É uma doce menina. Karol gosta de ter a minha atenção, por isso me chama várias vezes só para perguntar qualquer coisa sem sentido.
Aprendi com Karol a não me perturbar diante do barulho dos outros meninos. Ela me ensinou que quando não queremos não ouvimos barulho algum. Karol gosta de sentar nas últimas carteiras. Faz suas tarefas. Depois coloca o dedo na boca e encosta a cabeça na carteira. Ali fica até que eu chame a sua atenção.
Com Karol aprendi a não me preoucupar com os problemas, pois para ela todas as atividades não parecem difíceis. Ela faz com uma paciência tranqüila. Gosto do seu jeitinho meigo de ser. Ajuda os colegas quando peço. Tem amizade com as outras meninas da turma. Contribui na leitura. Atenciosa e dedicada.
Para você, Karol, meu carinho especial nesta data.
Família e escola

Sexta-feira foi um dia bem cheio. Pela manhã dei aula de inglês e ajudei os alunos do nono ano nas olimpíadas de matemática.
À tarde, dei aulas de alfabetização para a minha turminha. Expliquei o que é família e escola com base no conceito de comunidade. Falei da importância da família, perguntei o que eles acham sobre as crianças que não têm família, questionei sobre como eles se sentiram quando os pais se separaram, como eles se sentem hoje e como eles ajudam em casa. Falei que a escola é a nossa segunda comunidade e que a família é a principal. Expliquei o termo "parentes". Convidei Vânia para explicar para eles o motivo da escola ter o nome Sérgio de Oliveira Aguiar. Também comecei a partir de sexta-feira a pedir para eles assinarem uma lista com o nome completo.
Os alunos estavam muito teimosos. Muitas vezes tive que interromper a aula e pedir silêncio. Mas nada os impedia de fazer barulho. Fiquei cansada e com a voz meio rouca. Pedrita tem se comportado mal; Afonso está disperso; Gabriela não presta atenção a nada; Amanda e Natália parecem não gostar de mim; Johnes faltou hoje;
A verdade é que depois que passei a ficar com o terceiro ano nunca mais tivemos condições de rezar, cantar o hino nacional, contar histórias. O que está acontecendo? Não é o aumento da turma. Simplesmente os alunos do segundo ano estão brincando muito com os do terceiro ano. Vou pedir o auxílio de Hítalo ou de Ednaldo amanhã.
A turminha que ainda está aprendendo a ler eu tenho reforçado português, mas eles continuam tentando adivinhar o que está escrito e não prestando atenção nas letras, na junção das mesmas. A compreensão textual está ótima, mas a leitura e a escrita muito ruim! Eles não estudam em casa! Não estudam na escola! Pedrita, Higor, Guilherme, Afonso, Gabriela fazem as atividades tão rapidamente que me assusta! Querem se ver livre do dever. Quando peço para eles lerem não sabem nada. Géssica também é um caso preocupante. Fica calada, mas sei que não está assimilando as aulas. Andreza parece que se descuidou das aulas. Karol continua com uma aprendizagem excelente, talvez a minha melhor aluna.
Amanhã eles terão uma nova missão. Levarão para casa uma folha cortada em quatro quadrados e em cada deles terão que fazer um desenho e uma pequena história. Também vou pedir para escreverem bilhetes para mim. Todos os dias vou querer bilhetes. Uma outra idéia que tive: vamos escrever cartas para Deus.
Amo a minha turminha, mas a coisa não anda bem por lá. Eu sei, eles são crianças. Mas é preciso conscientizá-los que a escola é lugar para estudar. Gosto daqueles meninos e meninas como gosto dos meus sobrinhos, pois eles me fazem feliz.
Estou com um problema: meu armário que divido com Telma está supercheio! Ela tem razão em reclamar, mas eu só sei dar aulas na alfabetização com um monte de livros. Vou providenciar um jeito de não encher tanto o armário dela.
Bem, amanhã é uma nova semana. Deus, me proteja guiando-me na sabedoria, tolerança, paciência e prudência.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Aula de matemática para os alunos do oitavo e nono anos

Hoje dei um reforço de matemática para os alunos do oitavo e nono anos. Eles gostam do meu jeito descontraído de dar aulas e fazer cálculos. Às vezes eu me enrolo e eles acham engraçado. Faço isso propositadamente, para eles perceberem que nem sempre o professor de matemática é o sabichão.

Peguei uma tarefa de regra de três simples, inequações, equações do segundo grau. O tempo foi curto, mas proveitoso.

Creio que eles gostaram. Telson se destacou nas aulas. É um bom matemático. Deveria estudar para ser um professor de matemática. Gosta de cálculos e sabe explicar direitinho.

Deixo aqui um recado para as turmas do oitavo e nono anos: EU AMO VOCÊS! Apesar das minhas reclamações porque vocês não estudam, isso não importa. Quem cuida zela é o que faço por vocês. Tenho zelo porque quero vê-los amanhã num bom emprego e cultos. Par Jéssica e Maria de Fátima vai um abraço pela linda cartinha; para Bárbara, minha adorável menina, vai um cheiro na ponta do nariz; para Jéssica que bebe água vai um copo d´água; para Marcelo que diz ser Jéssica uma grande bebedeira de água vai meu cheiro; para Vanessa, a menina tímida e esforçada, meu abraço amigo; para Geovane meus mais sinceros votos de esperança para que você venha a perceber que só os estudos podem modificar a sua vida.

Enfim eu amo vocês, meus alunos. Vocês são os filhos que não tive e que muito quis. Se eu pudesse adotaria cada um de vocês. Mas vocês têm uma vida linda e são felizes, portanto a mim cabe apenas aconselhar: corram atrás dos seus sonhos.
Estações do ano

Hoje trabalhamos ciências. Discuti com os alunos se eles sabiam me informar por que chove, faz frio, depois fica quente, faz calor, em outros dias venta muito e ainda há aqueles tempos em que as flores ficam bonitas. Eles falaram um bocado de coisas. Escrevi no quadro as quatro estações do ano: primavera, verão, inverno e outono. Pedi para cada um fazer um desenho sobre a estação que mais gosta, alguns fizeram desenhos com as quatro estações.

Eles têm me escrito bilhetes com pequenas frases. Alguns já sabem dizer: eu te amo. Vou ensinar a partir de amanhã a como escrever a palavra: Deus.

Hoje rezamos. Fazia três dias que não rezávamos.

Fizemos continhas de adição. Depois exercício de maior e menor que. Brincamos e lemos. Géssica não faltou hoje. Ana Luíza e Eloisio perderam aula hoje. Alguns alunos do terceiro ano, também. Ainda não os conheço todos.

Para a turminha que ainda está aprendendo a ler reforcei um pequeno texto, a sua leitura e interpretação.

Acho que foi só isso. Hoje foi um dia agradável.
Frases


Ontem, terça-feira, trabalhei com os alunos mais avançados o que é uma frase e quais os tipos das mesmas. Depois fiz uma brincadeira com cada um deles: cada aluno fazia uma pergunta; depois todo mundo dizia uau!; um aluno dizia uma coisa com alguém e a outra pessoa negava. Assim trabalhamos as frases: afirmativas, negativas, interrogativas e exclamativas.

Consegui um jeito de fazer com que todos assinem o nome com o maior cuidado todos os dias. Levo uma folha bem bonita e peço para cada um deles assinar. Percebi que eles se empolgaram bastante. A partir de amanhã vou imprimir mais cópias. Gabriel e Pedrita já assinam o nome. Afons me disse que leu uma palavra em casa, mas não disse qual. Raniel é meu aluno tímido, mas gosto dele. Higor precisa aprender muito, ainda.

Com os alunos que estão mais atrasados trabalhei um pequeno texto, sua leitura e interpretação.

Depois da aula de português trabalhei o sinal de maior que e menor que em matemática. Eles aprenderam rapidamente.

O que mais me intriga é a rapidez com que fazem as tarefas. Quanto mais eu passo, mais rápido eles fazem. O que mais me admira é o gosto pela leitura que estava adormecido e eu despertei.

Hoje foi um dia tranqüilo. Graças a Deus.