Deus Toth, A lua e bom humor
Hoje foi um dia muito bonito! Uma quarta-feira que amanheceu nublada, com pancadas de chuva toda a manhã. Dei aulas na Escola Municipal Pedro Fernandes, meu único dia de aula nessa escola. Os alunos não sonham alto por lá. Eu sei que na escola eles buscam uma vida melhor, mas não sabem o que fazer com o que aprendem. Um deles me perguntou se eu estava de bom humor. Achei intrigante a resposta já que estou sempre contente com a vida. Ele me disse que tem muita gente na escola que demonstra não ter bom humor. Pedi um exemplo. Ele me deu vários. Tem gente carrancuda, gente que fala alto, gente que não sabe conversar. Pensei muito sobre o que ele me falou. E decidi falar um pouco sobre o bom humor.
As pessoas bem humoradas vivem mais tempo. São felizes. Elas não permitem que os problemas as dominem, elas dominam os problemas. As pessoas bem humoradas não ficam doentes facilmente. Vivem mais. Estão sempre com um sorriso no rosto. Falam manso e não se aborrecem com tolices. As pessoas bem humoradas procuram compreender os outros. Não vestem roupas, as roupas as vestem. As pessoas bem humoradas andam sempre para frente. Não falam dos outros, porque mal têm tempo para falar de si mesmas. Mas sabem escutar com atenção. As pessoas bem humoradas têm sonhos, geralmente quase impossíveis. As pessoas bem humoradas praticam boas ações. E mais ainda: as pessoas bem humoradas julgam as outras pelos atos e não pelas palavras. Ao meu aluno, que agora não me recordo o nome (aluno novato), meu sorriso e o meu bom humor com a resposta ao seguinte ditado: por que a curiosidade matou o gato? Acho que o gato pensou ter mais de uma vida. As pessoas de bom humor geralmente têm mais de uma vida.
Hoje inciei um curso de mitologia grega na Escola Municipal Sérgio de Oliveira Aguiar. A minha escola querida. O curso começou às 11:10 e terminou às 11:40. O primeiro deus trabalhado foi Toth. O deus da sabedoria, da escrita. O deus lunar. O deus venerado no panteão egípcio, lugar onde eram venerados os deuses. Toth é considerado um deus importante em relação a escrita. Antes de começar o curso falei um pouco da diferença entre lendas e mitos, expliquei o significado das palavras mimesis e diegesis. Falei sobre tradição oral, folclore etc. Participaram do curso: Maria de Fátima, Jéssica, Bárbara, Margareth, Lauro, Ana Ingrid e Hítalo. Se esqueci o nome de alguém me avisem, pois estou sem a lista de presença.
À tarde na aulinha de alfabetização expliquei o que é a lua e suas fases. Contei a história "Adivinha quanto eu te amo" (novamente). Nunca pensei que fosse contar essa história tantas vezes. Fiz desenhos com os alunos. Brincamos. Cantamos o hino nacional e a música "Era uma vez". Talvez eu não consigo alfabetizar esses pequeninos, mas uma coisa eu vou deixar no coração de cada um deles: amor. Hoje, eu perguntei quantas vezes eles já tinham escutado alguém dizer: eu te amo. Percebi que um dos alunos encheu os olhinhos de lágrimas cobriu o rosto para não ser visto chorando. Pedi para ele me dar um abraço, mas não quis. No final da aula, ele me abraçou e eu cochichei no seu ouvido: EU TE AMO. Não deixe para amanhã o que você tem vontade de dizer agora. Diga sempre EU TE AMO ao mundo.
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